Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

JOSÉ A. R. FROTA

( Brasil – MINAS GERAIS )

 

 

José Alcibíades de Rezende Frota é Engenheiro Civil, formado pela Escola de Engenharia da UFMG em 1960, e Mestre em Ciências Mecânicas pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), onde lecionou por treze anos e ocupou o cargo de vice-reitor.

Retornou a Belo Horizonte em 1975. Lecionou na Escola de Engenharia da PUC por 17 anos. Publicou seu primeiro livro, “Em Vermelho”, reunião de contos, com o apoio de seu amigo, o professor Edgar Godoi da Mata Machado. Segundo o autor, “são contos de migrante, pois assim me sentia quando retornei de São José dos Campos para Belo Horizonte”.

Entre 1962, em São José dos Campos, e 1980/81, na abertura política, em Belo Horizonte, José Frota participou de uma série de movimentos em defesa da retomada da Democracia, a favor dos direitos humanos e contra as desigualdades sociais. Entre outras atividades, foi Vice Presidente do Sindicato dos Engenheiros em Belo Horizonte (1978-1982), Presidente do Instituto Edgar da Mata Machado de Análise Política Econômica e Social (1983/1984) e participou de cursos noturnos para formação de Mestres de Obra em São José dos Campos.

São do autor as seguintes palavras: “Tenho tido muitas atividades e muitos gostos – a literatura é um deles. Escrevo versos regularmente e publiquei uns poucos até o presente livro. Procuro escrever como quem abre janelas e ainda pretendo lançar um Pequeno Tratado da Arte de Abrir Janelas”.

Biografia e foto extraídos de
http://www.aeitaonline.com.br/

 

 

PELADA POÉTICA: antologia.  Organizadores: Júlio Abreu e Mário Alex Rosa.   Belo Horizonte, MG: Scriptum, 2013.  118 p.  
ISBN 978-85-89-044-69-1                        Ex. bibl. Antonio Miranda


       
PELADA EM 3 TEMPOS

1º TEMPO

As peladas de rua mudavam de praça
Quando mudávamos de casa
Na pracinha depois da rodoviária
Se armavam circos e parques de diversão
E teve uma moça namoradeira
Que fugiu com o rapaz da barraquinha de tiro.

Sem parque nem circo no passo da pracinha
Defronte `minha casa rolava o futebol
E tinha a Pequenina
Famosa jogadora de vôlei
Contratada pelo Flamengo do Rio
Que de pequeninha não tinha nada
E quando vinha em Varginha
Virava menino e jogava conosco
E como jogava!

Pois é assim a vida: frase interiorana
Alguém que parte decidido atrás do sonho
Alguém que volta insistente atrás do mesmo
E vamos todos chutando uns a bola) outros a grama
Levantando a terra, deixando o nosso rastro
No Bolão do Mundo.


2º. TEMPO

Na aldeia de pescadores
Uma inquietude baixa com as nuvens
Cinzentas de chuva iminente.
Entre tênis rasgados e meias sujas de barro
Pés descalços e palavrões

Rola a boa a várzea na pelada
Enquanto buliçosas andorinhas
De fio em fio e de pio e pio
Vão recendo o verão e animam

Os pequenos jogadores.
No banco debaixo da castanheira

Um garoto só assiste atento
Do lado oposto no muro do cemitério
Se assentam tranquilos os falecidos
Mas torcem pela sua descendência.

Retorna a chuva somem os jogadores
Os mortos descem do muro para a várzea
E com incríveis jogadas passam a bola
Ao garoto do banco que faz um gol de placa
Apanha as muletas e tira o time de campo.


3º. TEMPO – PRORROGAÇÃO

O Terceiro Tempo é agora
Prorrogação do jogo
Prorrogação da vida
Que sempre termina
Meio empatada no final
Derrotas Vs Conquistas
De preferência muitas.
Livros alinhados na estante
Poetas — Jogadores no campo
Aguardam o apito do juiz
Para recomeçar a peleja
Juiz já fui, ao vinte
Em pelada de roça
Desempenho fatal!
Eu assistia me convidaram
O time da outra fazenda
Ganhara o primeiro tempo
(Trouxeram o juiz
como era de praxe)
No segundo tempo
O time local tinha o mando do apito
Era assim na roça
Pra não dar briga
Ninguém levar vantagem demais.
O juiz a entrar era o carreiro Tião
Bebeu demais o coitado escornou!
Me pediram para apitar
Aceitei com a cara e a coragem
Mais coragem do que cara
Mais ignorância dos inocentes
E a ousadia dos acadêmicos
Deu certo até escurecer
A bola parecia se esconder
Nos montinhos de capim.
Começou uma chuvinha mole
Apitei um gol para o time adversário
Onde não enxerguei bem
Se a bola entrou ou não
Juiz ladrão!
Com um balde d´água
Acordaram o Tião.
Fui dispensado antes do fim do tempo.
Mas agora estou aqui jogando
Na prorrogação
Com vinte e um colegas
Mandando a bola pra frente
Botando a poesia no campo.
Preferiria ser juiz de novo?
Acho que não.
E viva a Copa da África!

*

Veja e leia  outros poetas de MINAS GERAIS em nosso Portal:


http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/minas_gerais/minas_gerais.html


Página publicada em maio de 2023

 


 



 

 

       


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar